segunda-feira, 30 de julho de 2018

Dois modos de passar por aqui

Narciso, amante das catalogações, cientista, pensador. Goldmund, amante da natureza, sedutor, artista. Estes dois homens tão diferentes, opostos no jogo de artifício de Hermann Hesse (1877-1962), sentem-se atraídos um pelo outro. A um falta o que o outro tem.

O beijo de uma cigana e um conselho de Narciso encetam a errância de Goldmund na busca de si através dos sentidos, da sensualidade e da arte, da relação com os outros e da forma que os materiais ganham sob o trabalho das suas mãos.

É Goldmund quem encontra a mãe primordial, essa que sempre procurou e que nunca conseguiu representar, essa que dá um sentido à sua existência e que o chama de novo para dentro de si. No fim, pergunta ao amigo: «Como poderás morrer um dia, Narciso, se não tens Mãe? Sem Mãe não é possível amar. Sem Mãe não é possível morrer.» Não morre quem nunca viveu.


Título da edição lida: Narciso y Goldmundo
Autor: Hermann Hesse
Data da obra original: 1930 (Narziss und Goldmund)
Editora: Editorial Sudamericana
Tradutor: Luis Tobío

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